História Completa do Chevrolet Opala: O Ícone Brasileiro (1968–1992)

O carro que moldou gerações, marcou famílias e se tornou um dos maiores símbolos da indústria automotiva nacional.
O Chevrolet Opala não foi apenas um automóvel — ele foi uma era. Durante quase 25 anos, o modelo da General Motors do Brasil conquistou ruas, pistas, famílias, frotas governamentais e colecionadores. Até hoje, o Opala desperta paixão, nostalgia e admiração em um público que atravessa gerações.
A seguir, você verá a história completa desse gigante brasileiro, desde sua criação até o fim da produção, além das versões mais marcantes e curiosidades pouco conhecidas.
A Origem: O Nascimento de um Clássico (1968–1970)
O Opala foi apresentado oficialmente no Salão do Automóvel de São Paulo de 1968, mas sua venda ao público começou em 1969. Ele representava um marco importante para a Chevrolet: era o primeiro carro de passeio da marca fabricado no Brasil.
Base Alemã + Coração Americano
O projeto do Opala nasceu da fusão entre duas filosofias automotivas:
- Carroceria baseada no Opel Rekord alemão
- Mecânica robusta da Chevrolet norte-americana
Essa combinação resultou em um carro:
- Confortável
- Espaçoso
- De mecânica simples
- Extremamente resistente ao uso severo
Motores iniciais
- 4 cilindros – 2.5 litros
- 6 cilindros – 3.8 litros (substituído depois pelo famoso 4.1)
Ambos marcavam a estreia da GM em motores fabricados no Brasil.
Os Anos 70: Consolidação e Prestígio
A década de 70 foi decisiva. O Opala se transformou em objeto de desejo, especialmente com a chegada das versões esportivas.
1971: Nasce o SS – O ícone esportivo
O Opala SS trouxe design arrojado, faixas esportivas, volante pequeno, câmbio no assoalho e a opção do motor 250-S, que elevava o desempenho a um novo patamar.
Para muitos, o SS foi o primeiro muscle car brasileiro.
1975: Substituição do motor 3.8 pelo 4.1
O motor 4.1 (250 pol³) se tornaria um dos motores mais cultuados do país — forte, confiável e facilmente preparado para competições.
Por que o Opala virou febre nos anos 70?
- Desempenho acima da média
- Conforto superior aos concorrentes
- Alto potencial de preparação
- Grande presença em competições
- Design elegante e imponente
Os Anos 80: Luxo e Evolução
Se os anos 70 foram marcados pelo desempenho, os anos 80 foram a era do refinamento.
Diplomata e Comodoro: Opulência sobre rodas
As versões de luxo consolidaram o Opala no mercado executivo. Destaques:
- Bancos mais macios
- Painel aprimorado
- Acabamento refinado
- Direção hidráulica e ar-condicionado (para poucos na época)
1980–1986: O auge da sofisticação
O Opala era o carro preferido de:
- Empresários
- Políticos
- Taxistas
- Frotas do governo
O conforto do 6 cilindros, aliado ao câmbio suave, tornava o conjunto irresistível.
1988–1992: O Omega se aproxima
Com a chegada dos anos 90, o design quadrado já começava a envelhecer, e o mercado exigia modernização. A GM trabalhava no sucessor: o Chevrolet Omega.
Versões Marcantes do Opala
1. SS (Super Sport)
O mais famoso. Faixas esportivas, rodas especiais, apelo jovem e desempenho empolgante com o motor 250-S.
2. Comodoro
Luxo intermediário. Misturava elegância com desempenho.
3. Diplomata
A versão mais luxuosa. Interior sofisticado, acabamento de alto nível e visual elegante.
4. Caravans
A station wagon derivada do Opala foi um fenômeno entre famílias e empresas. Até hoje é extremamente valorizada.
Opala nas Competições: Um Monstro das Pistas
O Opala dominou categorias nacionais por décadas, especialmente:
- Divisão 3
- Turismo
- Força Livre
O motor 6 cilindros era tão resistente que suportava preparações extremas sem dificuldade.
Pilotos lendários como Paulo Gomes, Ingo Hoffmann e Alfredo Guaraná Menezes escreveram capítulos históricos com seus Opalas de corrida.
A Despedida: Fim da Produção
Em abril de 1992, o último Opala deixou a linha de montagem em São Caetano do Sul. Era um Diplomata SE cinza, hoje preservado como peça histórica.
O Omega assumiu o trono, mas nunca ocupou o espaço emocional que o Opala deixou.
Por que o Opala é tão cultuado até hoje?
✔ Som marcante do 6 cilindros
✔ Conforto incomparável à época
✔ História rica em competições
✔ Estética clássica e elegante
✔ Alta durabilidade mecânica
✔ Abundância de peças e facilidade de restauração
O Opala conseguiu algo raro: unir apaixonados por carros antigos, mecânicos, colecionadores e até jovens que nem nasceram quando ele saiu de linha.
Curiosidades Pouco Conhecidas
- O nome “Opala” vem da combinação de “Opel” + “Impala”.
- O modelo foi carro oficial da Presidência da República durante anos.
- Muitas viaturas de polícia e táxis utilizaram Opalas pela confiabilidade do motor.
- O 4.1 é um dos motores mais preparados do Brasil até hoje.
- A Caravan diesel chegou a ser vendida para frotas específicas.
Quanto vale um Opala hoje?
Os valores variam muito, mas de forma geral:
- Modelos comuns 4 cilindros: R$ 35–70 mil
- Comodoro bem conservado: R$ 70–140 mil
- Diplomata top: R$ 120–250 mil
- SS original: R$ 180 mil até R$ 400+ mil
- Caravan SS: altíssima valorização e raridade
- Opalas preparados (street/track): variam enormemente
Opala: Um Clássico que Nunca Sai de Moda
Mesmo três décadas após o fim de sua produção, o Chevrolet Opala segue como um dos carros mais importantes e amados do Brasil. Ele representa força, estilo, história e uma dose generosa de nostalgia.
É mais que um veículo — é patrimônio cultural.
E enquanto existirem apaixonados por carros clássicos, o Opala continuará reinando como um dos maiores ícones da indústria automotiva brasileira.
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