Fusca Itamar (1993–1996): Quando o Brasil Ressuscitou um Clássico

O Fusca Itamar é um dos capítulos mais curiosos e simbólicos da história automotiva brasileira. Depois de sair de linha em 1986, muitos acreditavam que o Fusca jamais voltaria aos holofotes. Mas em 1993, por determinação direta do então presidente Itamar Franco, o clássico voltou a ser produzido, reacendendo memórias, paixões e discussões no país inteiro.
A iniciativa dividiu opiniões, mas marcou época — e transformou as últimas unidades do Fusca em peças muito valorizadas pelos colecionadores.
Por que o Fusca voltou? O contexto da época
No início dos anos 90, o Brasil enfrentava:
- redução no poder de compra
- alto custo dos carros novos
- necessidade de popularizar o acesso ao automóvel
Itamar Franco defendia que o país precisava de um carro simples, barato e confiável, e o Fusca era exatamente isso.
Mesmo com tecnologias defasadas para os padrões da época, o modelo voltou às linhas de produção de São Bernardo do Campo, mantendo seu papel original: ser o carro popular do Brasil.
O que torna o Fusca Itamar especial?
Mecânica clássica e confiável
Equipado com o motor 1.6 refrigerado a ar, o Itamar manteve a mesma receita que tornou o Fusca famoso:
- baixa manutenção
- peças baratas e fáceis de encontrar
- consumo honesto
- durabilidade impressionante
Apesar disso, ficou marcado como um carro mais pensado para uso urbano do que para desempenho.
Estética modernizada, mas fiel à essência
O Fusca Itamar trouxe:
- novas lanternas traseiras
- para-choques maiores
- bancos mais confortáveis
- acabamento interno atualizado
- painel redesenhado
Tudo isso mantendo o visual arredondado e simples que o consagrou.
Cores icônicas e exclusivas
As cores mais desejadas hoje são:
- Verde Taiti
- Azul Mônaco
- Branco Geada
- Vermelho Dakar
O Verde Taiti, em especial, se tornou símbolo dessa fase.
Baixa produção = Alta procura
O Fusca Itamar teve produção limitada entre 1993 e 1996, e isso o tornou ainda mais especial. Ao contrário das versões antigas, que eram fabricadas aos milhões, o Itamar saiu em quantidades muito menores, criando um nicho forte de colecionadores.
Fusca Itamar no mundo dos colecionadores
Hoje, o Itamar é valorizado por vários motivos:
- é a última geração oficial do Fusca nacional
- muitos exemplares ainda têm baixa quilometragem
- é mais confortável e utilizável no dia a dia
- possui acabamento superior ao Fusca tradicional
- virou parte de um capítulo político curioso do Brasil
Um Itamar bem conservado pode custar de R$ 18 mil (unidades simples) a R$ 40 mil+ (exemplares impecáveis).
E modelos 100% originais, com manual e nota fiscal, valem muito mais.
O que verificar antes de comprar um Fusca Itamar
Mesmo sendo um carro robusto, é importante avaliar:
✔ Corrosão nos pontos clássicos
- caixas de ar
- assoalho
- longarinas
- junções da carroceria
✔ Funilaria e alinhamento
Fuscas batidos são comuns e fáceis de mascarar.
✔ Originalidade
Muito importante:
- emblemas
- painéis
- volante
- lanternas
- retrovisores
- vidros com marcação uniforme
✔ Motor 1.6
Prefira motores com:
- boa marcha lenta
- pouca fumaça
- sem barulhos metálicos
- sem vazamentos nas tampas laterais
✔ Documentação
Principalmente veículos com histórico contínuo.
Conclusão
O Fusca Itamar não é apenas um carro — é uma peça viva da história brasileira. Representa um retorno improvável, uma solução para uma época difícil e um reencontro do país com um ícone popular.
Hoje, ele é visto como um clássico acessível, charmoso e com excelente potencial de valorização.
Sua simplicidade, personalidade e história tornam o Itamar um dos Fuscas mais interessantes para colecionar.
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